sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um mundo comum

“Os tais berberes que nós hoje arrumamos ali algures no Norte de África (...) ocupavam todo (...) o sul da Península Ibérica. Era a mesma cultura, era a mesma língua, o mesmo espaço, a mesma habitação. (…) Todo este mundo fez parte de um mundo comum. (…) E a gente agora deprecia-os, esquece-os, não percebe que pertencem à nossa estrutura cultural.”

Cláudio Torres
[Ouvido hoje na SIC, nos 25 anos do Prémio Pessoa]

Notícia da morte de Kateb Yacine

Diário de Lisboa, 2 de Novembro de 1989

terça-feira, 15 de maio de 2012

Dazzling language

"[Kateb Yacine] can be considered principally as a poet who only uses novelistic and dramatic forms in order to destroy them. This confusion of literary genres is naturally, in this case, a terrorist technique that smashes the characteristic structure of the novel and which creates a dazzling language that blazes in all directions."

Abdelkébir Khatibi

Une ruine et un chatier

"Je crois bien, en effet, que je suis l'homme d'un seul livre. A l'origine, c'est un poème qui s'est transformé en romans et en pièces de théâtre, mais c'est toujours la même œuvre que je laisserai certainement comme je l'ai commencée, c'est-à-dire à la fois une ruine et un chatier."

Kateb Yacine
Em entrevista ao Jeune Afrique, 26 de Março de 1967.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Poète et militant

"en moi, le poète combat le militant et le militant combat le poète."

Kateb Yacine

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Mais uma vítima da guerra

CORIFEU - Em todas as grandes cidades há açores engaiolados com as tribos.

ALI - Sim, os velhos coxos ou os seus filhos nascidos na gaiola. Uma triste minoria. Ainda não há muito tempo, a minha mãe ofereceu-me um açorzinho amarrado à pata. Tinha bastante campo de manobra. Quando um dia eu tentava amarrá-lo a uma árvore fez uma tal algazarra e foi tão esperto que, se eu não largasse a corda, ele morria estrangulado. Depois, tive que o libertar completamente porque onde estava não chegava à água (...) e a fúria durou-lhe todo o dia. Parava um instante, desfalecido, indignado, espantado como num pesadelo e quase imediatamente retomava a sua magnífica revolta. "Vai morrer, dizia a minha mãe, não vai comer à gamela." Evidentemente, libertei o pássaro e vi-o desaparecer no crepúsculo, não sem pena... (...) Qual não foi o meu espanto, no dia seguinte e nos outros, ao vê-lo às voltas nas paragens. A sua presença obstinada parecia convidar-me a partir em viagem. (...) Um dia dei-me conta que tinha deixado a minha mãe. De resto, ela vivia à lua, andava na magia. (...) Chegado à fronteira quis saber que país era aquele em que ia entrar pela primeira vez. "É o império do Magreb" responderam-me. Ainda nem barba tinha, deixaram-me entrar. "Mais uma vítima da guerra" diziam os funcionários e os soldados..."

Kateb Yacine
Tradução de Luís Varela e Christine Zurbach.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Rachid Boudjedra sobre Kateb Yacine

"Kateb Yacine est le plus grand écrivain algérien (...) J’aurais tant voulu écrire un roman comme Nedjma mais je ne peux pas."

Rachid Boudjedra
(L'Expression, 2010)
 aqui.

"Kateb Yacine ou l'Algérie rêvée", por Kaoutar Harchi

Qantara, nº 83 (Abril de 2012)